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Curta-metragem Black Water – Receitas de Projetos de Carbono REDD+ Financiando Iniciativas Comunitárias

Black Water film thumbnail - two men in wooden canoe


"Black Water" (Água Negra, em português), o mais recente curta-metragem premiado da Wildlife  Works, mostra como as comunidades, quando lideram iniciativas de conservação  com projetos como os de REDD+, conseguem criar soluções eficazes e inovadoras para enfrentar desafios ambientais e sociais. 


No coração da República Democrática do Congo está o Lago Mai Ndombe  – o "Lago de Água Negra" – uma fonte essencial de vida para inúmeras comunidades que vivem às suas margens já há várias  gerações. Esse ecossistema, antes abundante em pesca, agora enfrenta uma crise sem precedentes, como mostra o novo curta-metragem. 


O filme, que já conquistou o  Prêmio de Excelência no Best Shorts Competition  e um prêmio especial no Wildlife  Conservation  Festival, leva  os espectadores em  uma jornada pelos desafios e conquistas das comunidades locais que lutam para superar as adversidades ambientais. 


Com uma cinematografia deslumbrante e depoimentos de moradores da comunidade, "Black Water" revela como as populações de peixes do lago, que já existiam em grande quantidade, diminuíram drasticamente por causa de um culpado inesperado: redes de mosquitos. 


Nos anos 2000, ONGs globais distribuíram redes de mosquitos para combater surtos de malária. No entanto, essas redes de malha fina começaram a ser usadas para pesca, resultando em: 


  • A perda do conhecimento tradicional de pesca. 

  • A entrada de produtos químicos tóxicos das redes na cadeia alimentar. Um dos inseticidas mais comuns usados nesse tipo de rede é a permetrina, substância carcinogênica para humanos e altamente tóxica para os peixes. 

  • Redes que se enroscam nas raízes aéreas únicas das árvores de mangue, prejudicando sua regeneração. Os manguezais, conhecidos como "guerreiros contra as mudanças climáticas", são extremamente eficazes na captura e armazenamento de dióxido de carbono. Além disso, protegem as costas contra tempestades e fornecem refúgio seguro para peixes jovens em seus sistemas de raízes intrincados, promovendo rica biodiversidade. 


A história das redes de mosquitos no Lago Mai Ndombe  ilustra como soluções criadas a milhares de quilômetros de distância podem ter consequências inesperadas, reforçando porque  as comunidades locais devem liderar os esforços de conservação. 


men pulling on mosquito net on a lake's shore
Rede de mosquito sendo usada para pesca 

Diante dos desafios,  o documentário mostra como as comunidades estão criando uma solução transformadora para o território: usar as receitas de créditos de carbono da conservação florestal no projeto REDD+ de Mai Ndombe  para estabelecer criadouros de peixes nativos. Até 2023, já foram implantadas 3 fazendas com 25 tanques de peixes.  


Essa iniciativa tem um duplo propósito: oferecer alívio imediato às famílias que enfrentam a fome  e, a longo prazo, restaurar o equilíbrio ecológico do lago. Para garantir que espécies invasoras não fossem introduzidas, o projeto começou com um estudo pioneiro de eDNA  que identificou espécies nativas, como Tilapia  Congica  e Clarias  gabonensis, direcionando os criadouros a cultivar apenas espécies locais. 


aerial view of a jungle and square fish ponds
Criadouro de peixes no projeto de REDD+ em Mai Ndombe 

O filme aborda temas centrais como a relação direta entre a saúde ambiental e a sobrevivência das comunidades, o uso estratégico de créditos de carbono para financiar iniciativas locais de conservação e a relevância de soluções conduzidas pelas próprias comunidades, capazes de equilibrar as necessidades ecológicas e humanas. 



Assista ao filme para acompanhar essa história de superação e entender como uma comunidade está garantindo um futuro sustentável  para o seu território. 



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